sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Conquista da confluência 6°S 39°O

 por Black


Este grupo (André, Paulo, Black e Das Virgens), formado por integrantes da comunidade do orkut “Aventureiros por Natureza – RN”, seguiu seu objetivo de conquistar as três últimas confluências do estado do Ceará. Nos dois dias anteriores tivemos êxito nas conquistas das confluências7ºS 39ºW e 7°S 40°W.
 

Na manhã deste terceiro dia estávamos na cidade de Assaré (onde passamos a noite), região do Vale do Cariri, que compreende o sul do Ceará e parte oeste da Paraíba. Aproveitamos para ver o Memorial Patativa do Assaré. Patativa do Assaré, legítimo poeta dessa cidade, é uma ótima fonte para descrever melhor o povo e a geografia da região. Sua poesia sempre denunciou as injustiças sociais, levando a consciência e a perseverança do povo nordestino que sobrevive e dá sinais de bravura ao resistir às condições climáticas e políticas desfavoráveis, como citado no trecho de “Vaca Estrela e Boi Fubá”:

Aquela seca medonha fez tudo se atrapalhar,
Não nasceu capim no campo para o gado sustentar
O sertão esturricou, fez o açude secar
Morreu minha Vaca Estrela, já acabou meu Boi Fubá
Perdi tudo quanto tinha, nunca mais pude aboiar.
 

Voltando à estrada, seguimos em direção nordeste, rumo à confluência 6ºS39ºW. Passamos pela cidade de Orós, onde visitamos a Barragem do Açude Orós, maior responsável pelo abastecimento de água do Estado do Ceará. Após 14 anos, o Orós, cuja capacidade é de 2 bilhões m³ de água, teve uma nova sangria no ano de 2004. A chuva é sempre a esperança do povo da região, os mais prejudicados com a seca, que dependem diretamente das águas do açude, sejam eles produtores rurais ou moradores das localidades que também dependem do turismo.

Seguimos, finalmente, sem mais paradas, subindo para a cidade de Nova Floresta em busca da nossa confluência. Voltamos então a ter o auxilio do sensoriamento remoto nas imagens de satélite do laptop, como no primeiro dia. Passamos necessariamente por Nova Floresta, pois é a maior cidade próxima da confluência, sendo a rota de estrada mais viável a seguir. Chegando lá, tivemos que descer alguns quilômetros em direção sudoeste, passando por pequenos vilarejos como Tanque. Foi a pior parte de estrada de chão e com problemas de buracos, como também foi a região por onde passamos onde a vegetação estava bem seca e onde vimos plantas representativas do sertão nordestino, como o cactos e a macambira.

Após o GPS nos indicar o limite onde pararíamos o carro na estrada, o deixamos em frente a uma casa de pau-a-pique de uma humilde família da região e mais uma vez fomos bem recebidos. Apontamos o GPS na direção que iríamos e seguimos uma trilha que, para a nossa sorte, parecia ter sido feita para a confluência. Sem stress, sem mata para vencer com o corpo, apenas para apreciar em volta, a confluência estava exatamente na trilha aberta, a mais fácil de todas as três confluências.

Ao todo, ida e volta, rodamos mais de 2000 km nas estradas do estados do Rio Grande do Norte (RN), Paraíba (PB) e Ceará (CE). Nosso espírito aventureiro nos guiou até o CE, pois as confluências daqui do RN já tinham sido conquistadas. Aproveitamos os três dias, mantendo o objetivo principal, porém para deixar mais agradável a viagem, utilizamos muito bem o tempo para conhecer os pontos turísticos e culturais das principais cidades por onde passamos.

Foi uma ótima experiência e certamente não pararemos por aqui.


 A publicação da conquista desta confluência pode ser acessada no link: 

NOTA: A conquista de confluências faz parte de um projeto de um site cujo objetivo é visitar cada uma das confluências (interseções de coordenadas de latitude e longitude de grausinteiros) do mundo, registrando com fotos e informações sobre o local. "É uma amostra organizada do mundo", como citado no site que hospeda as histórias e as fotos das conquistas, o confluence.org.

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